quarta-feira, 6 de março de 2013

vinte e três - marrying the danger


2 anos depois.....

Dois anos dormindo. Dois anos sem ver a luz do sol. E agora, nada mais é como antes. Ainda estou no hospital. O tratamento é difícil. Ainda não sinto minhas pernas, e não tenho sensibilidade nas mãos.
O médico disse que, isso é efeito do coma, pois o corpo adormece por muito tempo e, quando volta, não está acostumado.
- O médico já está vindo para mais uma sessão de acupuntura.
Essas agulhas no meu corpo são a pior coisa do mundo, depois de dormir por dois anos.
Eu poderia ter morrido. Ainda não sei porque. Não me lembro de nada. Só de que estava na biblioteca e..puft! A lembrança me foge do nada.
- Bom dia, SeuNome!
- Bom dia....dou...tor - disse com dificuldades.
- Tenho ótimas notícias! Os resultados de seus exames estão melhorando consideravelmente!
- Sério?
- Isso é bom amiga! - Natália disse, passando suas mãos por meus cabelos.
As vezes tenho pena dela. Perguntei a uma enfermeira e, ela me disse que durante dois anos, Natália não saiu desse hospital.
A sessão correu bem, pude sentir algumas agulhas no braço, mas na perna ainda não...
- Tudo bem, por hoje acabou...
- Graças a deus!
- Mais tarde faremos outro exame de sangue para ver a taxa de substâncias, tudo bem?
Fiz um jóia com o polegar e sorri fraco. Logo quando o médico saiu, Natália sentou em minha cama e eu comecei.
- Então, pode começar a contar os babados aGORA.
- Tudo bem.... O que você quer saber?
- Quem ficou com você aqui?
- O tempo inteiro? Ian.
- Harry não deu nem as caras?
- Logo no primeiro dia mas depois disse que não poderia faltar a escola e nem nas férias ele apareceu por aqui.
Senti uma lágrima descer queimando por minhas bochechas.
- Desculpe.. - Uma voz conhecida disse entrando no quarto.
- Harry?
- Meu amor... me desculpe por não poder ficar aqui. Caso você tenha se esquecido, ainda somos primos e, não tem como eu sair de casa assim todos os dias. Ainda mais em Orlando.
- Tudo bem, eu te amo e... Natália, posso falar com você um instante?
- Pode - Harry disse saindo do quarto com passos lentos e tristes.
- O que foi?
- Me sinto estranha com ele.... onde está Ian?
- Lá fora.
- cOM HARRY?
- Eles não vão brigar.
- Espero.
- Quer ver Ian?
Acenti e ela saiu para o chamar.
Ele logo entrou, seus olhos azuis iluminaram o ambiente por completo, seus cabelos estavam com um corte de cabelo diferente, jogados pro lado errado, e estava com uma sobrancelha arqueada. Nesse momento, poderia morrer de tanta perfeição.
- Oi.
- Natália disse que queria me ver.
- Obrigada, de verdade.
- Só, te amo e, me senti culpado... por mais que não tenha saído o resultado de sua investigação, por incrível que pareça. Me sinto culpado por pensar que foi Anne.
- Não sabemos quem foi..nem eu me lembro. Você...
- O que?
- Senta aqui do meu lado para eu passar minhas mãos em seu cabelo como antes?
- Claro - ele disse sorrindo e eu sorri também, pela primeira vez, à vontade.
Então lembrei de tudo o que vivi com ele, e, por mais que aquela não fosse a intenção.. tudo ali foi real.

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